Depressão de Inverno
A escassa luminosidade e as baixas temperaturas são fatores com relevante impacto no nosso humor e química cerebral. Sob o efeito das consequências físicas e emocionais da pandemia, a estação mais fria do ano pode ser sentida de forma ainda mais intensa.
Os dias escuros e gelados são um convite natural para o isolamento, no entanto, para muitas pessoas, sentimentos de melancolia podem se aprofundar nessas condições, trazendo angústia, desesperança e, consequentemente, prejuízos à saúde emocional.
Muito tem se falado sobre a popularmente chamada de “depressão de inverno”. Também conhecida como transtorno afetivo sazonal, consiste em um quadro desencadeado pela mudança das estações e está ligada a um desequilíbrio bioquímico no cérebro decorrente da pouca exposição à luz solar, geralmente começando no outono e durando até o início da primavera. De acordo com informações da American Psychological Association, é mais comum entre mulheres, adultos jovens e, claro, entre aqueles que vivem mais longe do Equador, onde as características da estação são mais intensas.
Contudo, é preciso cautela na hora de diagnosticá-la. A Depressão de Inverno é uma condição repleta de peculiaridades: sua caracterização é complexa, pois pode se apresentar de diferentes formas. Para diagnosticar esse distúrbio, é importante que o paciente tenha tido pelo menos dois episódios depressivos e sempre na mesma época do ano.
Vários fatores podem levar a este quadro de humor sazonal, dentre eles está a diminuição da quantidade de luz que produz mudanças em diversos hormônios, como a melatonina e a serotonina, que controlam humor, sono e apetite. Apesar disso, o clima frio e escuro não pode ser considerado como causa isolada do transtorno. Em geral, ele apenas agrava o quadro de quem já tem o problema.
O contexto da pandemia, que nos impôs inúmeras perdas durante todo o ano de 2020, bem como este segundo lockdown em diversos países da Europa nos coloca em uma condição ainda mais vulnerável. Combinados às incertezas que ainda cercam a pandemia, constituem-se em ingredientes que compõem uma receita eficaz para ansiedade, depressão e uma série de outras dificuldades emocionais.
Quais são os sintomas da Depressão de Inverno ou Transtorno Afetivo Sazonal?
O transtorno afetivo sazonal compartilha muitos dos mesmos sintomas de depressão, de acordo com a American Psychiatric Association:
• Tristeza;
• Perda de interesse em atividades que desfrutava anteriormente;
• Mudanças no humor (irritabilidade, apatia, baixa autoestima, inquietação);
• Mudanças no apetite ou hábitos alimentares (episódios de compulsão alimentar);
• Mudanças no padrão de sono;
• Perda de energia e motivação (dificuldade de concentração, redução da produtividade no trabalho, diminuição da libido);
• Em casos mais graves, pensamentos suicidas.
A quantidade de sintomas que cada paciente pode apresentar varia, porém é importante que eles não tenham a ver com situações específicas que possam despertar experiências emocionais mais negativas, como um término de relacionamento ou perda de emprego.
Como enfrentar a Depressão de Inverno?
Não existe uma receita única, pois cada um tem um contexto singular e vivencia de formas muito particulares os desafios que enfrenta. Seja como for, é importante encontrar maneiras de permanecer social e ativo mesmo durante o lockdown. Atividade física é uma fonte de substâncias, como endorfina e serotonina, promotoras da sensação de bem-estar. Chamadas de vídeo e telefônicas regulares podem constituir um sistema de apoio com amigos e familiares e, assim, funcionarem como uma ferramenta de enfrentamento importante enquanto caminhamos pelo inverno em lockdown.
Assim como outros problemas de saúde mental, é importante não fazer o autodiagnóstico do transtorno afetivo sazonal. Porém, se você está identificando os sintomas, em que ponto deve pedir ajuda?
Quando você começa a reconhecer que os sintomas com os quais está lidando afetam de alguma forma negativa o seu dia a dia. O diagnóstico de transtorno afetivo sazonal não é necessário até que os sintomas sejam sentidos em dois anos consecutivos, mas isso não quer dizer que você não deve buscar ajuda. Assim como outros transtornos depressivos, o transtorno afetivo sazonal tem tratamento e necessita de acompanhamento psiquiátrico e psicológico por profissionais qualificados.
Se você tem dúvidas sobre esse assunto de Depressão de Inverno, não hesite em fazer contato!
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